O cristianismo, particularmente de tradição calvinista, é uma boa matriz filosófica na orientação de posicionamentos políticos que defendem a liberdade individual e comunitária, por um motivo básico: não admite que ninguém e nada se torne absoluto, exceto Deus. A soberania absoluta é uma exclusividade da divindade. Todas as esferas de poder que aí estão foram constituídas por Deus e são relativas a Ele e umas às outras. Sendo assim, a defesa calvinista do Deus bíblico como... absoluto, e tudo mais relativo a Ele, possibilitaria filosoficamente uma perspectiva política realmente plural. Esta seria a diferença básica entre uma visão política cristã e ideologias que defendem um pluralismo fictício baseado na absolutização/divinização do Estado ou dos indivíduos. Nestes termos, teologia e política encontram-se, mais uma vez, na arena pública. Política nunca foi religiosamente neutra. E religião nunca foi politicamente neutra.
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